Um dia acordei e perguntei “por que?” Desde então resolvi que deveria mudar. Eu sei que eu estava um pouco perdida e seguraria a mão de qualquer pessoa que aparecesse, mas eu precisava mudar. Escolhi alguns destinos, e como tudo o que eu faço, me joguei de olhos fechados.

Tudo foi acontecendo. A vida foi acontecendo da mesma forma que as pessoas se afastavam. E ao mesmo tempo em que tudo estava indo bem, eu ainda me via sentada esperando esquecer alguns momentos. Algo, não sei o que, todos os dias quando eu acordo me lembra que vai ser assim. Será mesmo que não tem nada que eu possa fazer?

Alguns destinos

Descobri algumas pessoas que me deram adeus, tipo definitivo mesmo. E isso acabou comigo. Mas também acabou comigo só por cinco minutos. É que eu tenho essa mania de exagero e drama. Por outro lado descobri tanta gente nova. Talvez seja isso né? Abrir espaço para o novo. Vai ver meu HD estava cheio. Talvez fazer essa limpeza de disco tenha sido a minha grande façanha do ano.

Tirei tantas fotos de lugares lindos, vários filtros e efeitos. Algumas panorâmicas também. Vai ver eu segui nesse sentido, porque minha vida de repente girou, na mesma proporção que uma câmera gira em busca do ângulo perfeito. Se meu ângulo perfeito é aqui, eu não sei. Mas aqui eu tenho novos cenários e eu sou dessas que gosta de desbravar.

E tô aqui nessa vidinha nada pacata, lutando todos os dias pra continuar limpando o HD o máximo que eu conseguir. Tô na labuta pra ser mais feliz comigo mesma, mas nem sei se é possível sentir mais felicidade. Tô aqui curtindo o panorama, fazendo planos possíveis e indo atrás de algumas soluções que eu talvez nem precise.

Talvez eu seja aquela louca que cisma inconscientemente com o passado, mas que está apaixonada pelo que o futuro reserva. Parei de ser aquela paranóica que remói o que deveria ter feito de certo, até nem ligo de fazer algumas coisas erradas. O que importa é que aqui eu consigo fazer. E tô aqui, nesse cotidiano de despedidas sem me apegar a ninguém, só a mim mesma. Vai ver que é porque algum fragmento meu foi refeito com uma esperança que há muito tempo havia se perdido.

Só posso dizer que esse ano de 2014 foi louco e pela primeira vez eu não me importei com o incerto. E isso foi essencial. O desconhecido me trouxe uma paz de espírito gigante sem precisar me esticar a mão. Daqui em diante eu espero apenas o mesmo e sempre e mais. Talvez essa adrenalina do incerto vicie. Talvez o inexplorado tenha um pouco disso: fazer você se encontrar.