Sempre achei o ciúme meio piegas, coisa de quem assiste televisão demais. As telenovelas mostram uma louca descabelada e ofegante mulher fuçando os bolsos da calça do marido. Ah e claro, o clichê de procurar marca de batom na gola da camisa. Sempre achei teatral demais, como se não fizesse sentido na vida real.

Ok, eu sei que existem muitas mulheres que realmente sofrem de ciúmes – digo como doença. Existem problemas graves em relação a isso e tem até um programa de recuperação para esse “distúrbio” (Mulheres que Amam Demais Anônimas). Mas confesso que hoje, atualmente casada e ciumenta, não acho mais tão teatral assim.

Camilo Castelo Branco afirmava que o ciúme da mulher, de quem se espera amor, é uma revelação agradável, ainda mesmo que valha pouco para a felicidade do coração. Realmente acredito que vale muito pouco, mas entendo profundamente quem sente ciúmes.

Ciúmes de uma forma bem bonitinha

Ciúmes de uma forma bem bonitinha

Às vezes bate uma insegurança gigantesca, tanto de homens quanto de mulheres, e você começa a se questionar se o que você proporciona para o próximo é suficiente. Pronto, a partir do momento em que você faz essa pergunta é instalada uma paranoia gigantesca na cabeça.

Então resolvido certo? É só não perguntar. Fácil? Não, nem um pouco. Sentir ciúme de vez em quando é bom, é ótimo. Dá um ânimo na relação e a pessoa se sente extremamente desejada. Mas sabe, a paranoia é o contrário – tira o brilho da relação.

Até onde eu saiba um relacionamento tem como base a confiança. E digo mais, tudo em excesso é perigoso. Uma relação é boa quando faz bem para os dois. Sentimentos de descontrole e desconfiança abalam um relacionamento de forma catastrófica.

Não existem segredos que ensinam como não parecer uma psicopata para o parceiro e muito menos uma fórmula correta. O ciúme e posse que algumas pessoas sentem em relação a outras está no DNA, a diferença é que umas controlam e outras não – esse é o ponto.

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