Achei que eu conseguiria manter a pose de quem consegue lidar com tudo como se não fosse nada. Aquela pose de quem aparenta saber o que faz e que está certa das próprias decisões, mas no fundo sente que tá fazendo uma baita besteira, sabe? Mas depois de um tempo, percebi que para sempre levando nas costas o peso de nunca falhar é tempo demais e pesado demais. Então me permiti falhar de vez em quando, sem me culpar por isso.

Achei que eu nunca iria aprender a confiar em alguém. Pensei que nunca fosse conseguir me desvencilhar de todo o peso que a maldade alheia me causou, entende? Então, depois de muito me remoer pelo que não tem volta, eu percebi que nunca mais acreditar em alguém seria tempo demais. Então me permiti, de pouquinho em pouquinho, deixar as pessoas se aproximarem de mim novamente.

Sempre dei voz aos meus medos e permiti que eles me falassem que eram mais fortes do que eu. Sempre me defendi de todos à minha volta, porque sabia que cedo ou tarde eu iria me magoar. Sempre fui dura comigo mesma. Sempre julguei muito mais do que acreditei. Sempre falei mais do que pensei. Sempre fiz o que era esperado. Sempre fui o que precisei ser.

Fonte: We Heart It

Nunca procurei um conto de fadas – desacreditei nisso desde cedo. Nunca pensei que eu fosse sair da mesmice de cuidar de mim e das minhas feridas. Nunca imaginei que eu pensaria no próximo e me preocuparia com o bem alheio. Nunca achei que eu permitiria abrir a minha mente para entender pensamentos diferentes dos meus. Nunca acreditei que eu iria gostar do que o espelho me mostrava. Nunca achei que eu era o que precisava ser.

Veja bem, eu não sou inconstante – mesmo que eu oscile entre o sempre e o nunca. Eu gostaria de não sentir tudo tão intenso quanto eu sinto. O que posso fazer se isso não é possível? Melhor nem tentar. Desde quando viver combina com o raso? Muito pelo contrário, viver é estar cada vez mais imerso em nós mesmos. E se eu tenho alguma certeza na vida, é de que eu sempre vou querer mergulhar o mais fundo possível e de que eu nunca vou me contentar com uma vida rasa como se não fosse nada.