Não me leve a mal, mas tudo o que qualquer um tenha pra mim vai ter que ficar para uma outra hora. Tô completamente ocupada comigo mesma – ou tentando. Eu estou me esforçando para não estar disponível agora, percebe? Não que seja arrogância da minha parte, mas estou bem perto do meu limite. E não sei lidar com isso. Cheguei à conclusão que às vezes é melhor parar antes que machuque mais.

Eu sei que sou dessas que guarda mágoa e rancor, mas juro que dessa vez não foi o caso. Mas é meio óbvio que algo está acontecendo, não? A tristeza me pegou de jeito – logo eu, menina risonha. Vi o mundo de uma maneira que eu nunca pensei que veria. E sinceramente, não gostei nem um pouco dessa versão de mundo. Posso descer?

Quando percebi que todo o caos é só meu, a tristeza foi a minha melhor amiga. Quando percebi o quão vazia as pessoas conseguem ser, a nostalgia de dias mais simples fizeram morada no meu coração. Quando percebi o quão sozinha eu estava, fiquei apavorada. Mas acima de tudo, quando eu percebi que só eu me dedicava, me senti exausta.

E foi essa exaustão que fez com que eu me entregasse – mesmo que tenha sido só um pouquinho. Juro que não foi à toa. E sinceramente não me importo o quão fraca eu possa parecer. Vi o indesejável, batalhei batalhas das quais eu nunca escolhi, senti que não tinha escapatória e que meu porto seguro já não era mais tão seguro assim.

Fonte: We Heart It

Fonte: We Heart It

Por um reflexo meu de querer continuar em segurança, aos poucos tive que me reerguer. E na volta por cima percebi que as pessoas dão aquilo que elas tem. Se volta e sempre eu não recebo nada, tenho que interpretar isso exatamente como é e parar de me enganar. Está na hora de aceitar a vida adulta e entender que pessoas vazias não tem nada para dar. Simples assim.

Eu abri mão de muita coisa em nome do meu bom coração – posso até ter deixado pedaços meus no caminho. E sempre pensei que coisas boas estavam à minha espera. Logo veio a vida, desde muito cedo, e me provou o contrário. Não sei porquê somente bem tarde é que fui compreender que não devemos esperar nada – nem de nós mesmos e nem de ninguém.

Ok vida, compreender isso é fácil – rola até fazer legenda para foto no Instagram. Mas que tal me ensinar a colocar na prática? Essa parte ainda estou aprendendo. De qualquer forma não desci do mundo e ele não parou de girar. Retomei meus projetos, vesti minha vida de volta e retornei ao que mesmo? Talvez eu tenha que fingir que não dói até que um dia isso realmente seja verdade.

Enquanto eu estava querendo descer do mundo por puro medo de enfrentar ele sozinho, eu descobri que na falta de um porto seguro, eu tenho competência o suficiente para ser o meu próprio. Eu consigo cuidar de mim mesma, sem precisar de ninguém. Ou seja, eu posso seguir em diante sozinha. Não sei porquê eu nunca cheguei à essa conclusão antes, mas voilá.

Então, sinceramente, não me importa o que qualquer pessoa tenha para mim. Agora é tarde demais. Fica pra uma outra hora ou uma outra vida. Exatamente nessa vida e agora estou me ocupando comigo mesma – sem me importar o quão egoísta isso possa parecer. Cansei de sentir dor, achei melhor parar antes que machuque mais.