Depois de muito tempo dando murro em ponta de faca, cheguei à conclusão de que não vou conseguir dominar o que eu sinto. As emoções existem para serem sentidas, da forma mais intensa, se possível. Também já entendo como normal, quando me sinto desprotegida e insegura, eu sou assim. Emoções serão sempre o meu ponto fraco. Nunca vou conseguir me conhecer tão bem, ao ponto de me controlar sem dores. Não acho que a essência do ser humano seja o auto-controle. Muito pelo o contrário, acho que nós gostamos e queremos sentir tudo com intensidade. 

Então, mesmo que possível, eu não voltaria atrás. Eu não mudaria nada, nem meio sorriso ou lágrima por uma pessoa errada. Porque viver sem a possibilidade de segundas chances, torna a vida muito mais do que apenas intensa, mas também única. Eu nunca tive vontade de reviver determinada época com a maturidade que tenho hoje. Pra mim sempre ficou claro que tudo o que vivi me trouxe exatamente onde estou. E como um efeito borboleta, se eu alterasse qualquer coisa, por menor que seja, eu estaria e seria completamente diferente. Então se for pra ser assim é melhor deixar como está.

Fonte: We Heart It

Fonte: We Heart It

Não, eu não faria tudo novamente. É claro que no decorrer do caminho a gente percebe o que poderia ser diferente e o que não valeu a pena o esforço desprendido. Muitas vivências não merecem repetição. O que eu sinto é que eu estou bem com todos os tombos que já levei. E sabe, eu até que estou satisfeita com o resultado de todas as vezes que levantei. É claro que já me machuquei bastante, sou uma colecionadora de cicatrizes. Mas no fim, o que vale mesmo, são as experiências que acumulamos – e não as feridas.

Já passei da fase de achar que eu era a única e que, com certeza, tinha algo de muito errado comigo. Cada dia que passa eu tenho mais certeza que sou resultado de todas as minhas escolhas – e um pouco do que não escolhi também. Então não quero só passar longe do que não faz bem, mas quero saber escolher o que é bom. O melhor caminho, sem dúvida nenhuma, é aquele que temos certeza.

E é por isso que eu não voltaria atrás. Já fiquei tão boa em seguir em frente, me importar pouco e continuar levantando, que não faz mais diferença quantos tombos me restam. Virou rotina cair, levantar e seguir em frente. Virou parte de quem eu sou. E é exatamente isso, quase um estilo de vida, que eu não quero perder. Pra mim voltar e refazer o passado significa mudar a minha essência. Então não, obrigada, mas eu não voltaria atrás.