Fui ali me resolver e só volto quando conseguir. Sabe como é, às vezes a vida pesa e a gente se sente perdida. Achei melhor ir ali esclarecer umas coisas comigo mesma e achar o meu caminho de volta. Não que a vida esteja fácil ou difícil, a vida é o que é. Mas resolvi deixar de lado essa negatividade que me puxa pra baixo e ir me resolver logo de uma vez.
Fui ali aprender a me fazer ouvir e só volto quando conseguir. Preciso aprender a parar de dizer sim quando eu quero dizer não. Tenho essa mania chata de me calar e esperar que me escutem. Sem voz eu não existo, poxa. E mais importante ainda, preciso parar de justificar as minhas escolhas e explicar o motivo que me leva a ser quem eu sou. Ninguém sente como eu sinto, então me deixem sentir em paz.
Fui ali considerar o que eu quero da vida e só volto quando conseguir. Quem vai assumir as consequências do percurso sou eu, então já passou da hora de desconsiderar a opinião alheia. Eu sei que a vida tem disso, às vezes a gente se deixa levar pelo caminho mais fácil e que exige menos da gente. Volta e meia a gente se deixa de lado e segue por qualquer direção – e eu só não tô mais afim de seguir pra lugar nenhum.
Fui ali me reapaixonar pela vida e volto só quando conseguir. Onde foi que eu deixei o que eu preciso pra encarar os dias? Quando foi que enfrentar o mundo ficou tão desagradável? Por que o que eu sempre quis eu não quero mais? Quero encontrar o que eu perdi, mas eu não faço ideia do que seja. Com certeza não está onde eu estou. Por isso que eu precisei ir ali me reencontrar. Tô levando comigo somente a vontade de cuidar de mim.
Fui ali aprender a me amar e só volto quando conseguir. É porque sem amor não parece certo. Como posso enfrentar o meu destino, assumir as minhas escolhas e me encarar no espelho, se eu não amar o meu reflexo? Como posso querer seguir firme, se eu permito que tudo à minha volta me roube o equilíbrio? Fui ali e nem sei quão longe vai ser. O único que sei é que eu precisei ir – não deu mais pra ficar.