Tenho que confessar como eu era sem sal antigamente. Eu revi fotografias antigas e lembrei que eu usava um meião de futebol porque eu não gostava das minhas canelas. E eu tinha uma toca do Garfield que eu não tirava da cabeça. E, acreditem, eu ia à missa todos os domingos. É por isso que hoje entendo que todas as mudanças são sempre bem vindas. E eu mais do que ninguém, fico aliviada por poder mudar.

Hoje posso dizer que fico feliz de não ter me estereotipado, não me resumi à uma única forma. Passei por todas as fases e realmente as vivi. Desde a rodinha de rock e pagode na escola, até a rodinha dos excluídos. Fui daquelas que assinava o caderno da amiga com letra de pagode, mas também daquelas que passava o recreio na biblioteca. Não fui só a revoltada ou a compromissada. Não fui só a estudiosa ou a que estava sempre em recuperação. Eu acho que eu fui de tudo um pouco e vou ser ainda mais com o passar do tempo.

Mudanças são sempre bem vindas

Tanta gente tem mania de afirmar que o novo substitui o velho… Isso era o que eu mais ouvia em todas as palestras da área que eu fui. Mas eu me recuso a acreditar. O antigo tem um espaço no coração de todo mundo com a nostalgia que fica. E o novo traz uma excitação com todo aquele ar de desconhecido. Eu me nego acreditar em substituições. Acredito só em melhoramentos. A pessoa evolui, amadurece e se permite experimentar mais, tendo sempre em pensamento o que já viveu e aprendeu.

Qualquer transformação aprimora quem somos e para onde vamos. Qualquer experiência te faz enxergar a vida de um determinado jeito. E é exatamente cada escolha e cada vivência que te levou até onde você está hoje – reação em cadeia vitalícia. E o mais importante de tudo: o que nós aprendemos levamos para sempre dentro de nós.

E que todas as mudanças sejam bem vindas, porque metade de mim é curiosidade e a outra metade é certeza.