Estou cansada de pessoas encostadas, paradas como um peso morto. Vocês não? Pessoas que se sentem totalmente realizadas sendo dependentes. As contas os pais pagam, a faculdade e as festas também. Não falo que esteja errado, porém abro espaço para uma pequena dúvida: o quanto uma pessoa assim pode se desenvolver?

É triste, mas os pais não vivem para sempre. E não importa quanto dinheiro eles tenham, não é possível comprar maturidade e experiência. É como aquele velho ditado diz: experiência se consegue experimentando. Não estou dizendo que todas as pessoas que estão nessa situação são acomodadas. Não estou generalizando e sou incapaz disso.

No início os pais pagam os estudos como investimento, uma preparação para quando o filho chegar na vida adulta. Então onde é o limite? Até onde eles tem que continuar investindo? Qual é o momento em que você se assume responsável?

Não acredito que a zona de conforto seja boa, muito pelo contrário. A grande questão é: tem gente que não nasce com a mínima ambição de sair de casa e se construir como pessoa – um ser maduro e capaz.

Uma vez Platão falou: “Não há nada mais vergonhoso do que alguém ser honrado pela fama dos antepassados e não pelo merecimento próprio”. Preciso falar mais alguma coisa ou é o entendimento é óbvio?

Acredito que é do indivíduo querer evoluir, seguir a ordem natural das coisas – nascer, crescer, desenvolver, reproduzir, envelhecer e morrer. Concordo em ficar embaixo da saia da mãe até conseguirmos caminhar sozinho, mas até quando a saia da mãe é o local apropriado?

Temos a cultura se sair de casa quando vamos casar (comigo foi assim), mas a cultura do casamento está cada vez mais esquecida. Então não é hora de rever esse hábito? Não é hora de parar e pensar quando é o melhor momento para sair do casulo e virar uma linda borboleta?

É para isso que estamos aqui. É para isso que vivemos nessa loucura desenfreada, para aprendermos cada vez mais e sermos cada vez mais capaz. E não conseguimos nada disso dentro do casulo.

“Você precisa promover o seu próprio crescimento, não importa quão alto era o seu avô”.
Abraham Lincoln