Esses dias eu estava vendo um vídeo da Bel Pesce, uma empreendedora brasileira bem novinha. No vídeo ela fala para sermos os responsáveis pelos nossos próprios sonhos. E seja o que for, é somente responsabilidade nossa realizá-los. Até lembrei das pessoas que se sentem frustradas com a vida que tem e colocam a culpa do fracasso nos outros, sabem? Eu sei que sim, todos nós conhecemos pessoas assim ao longo da vida. E por mais que o discurso da Bel Pesce tenha sido simples, fiquei feliz por não fazer parte do time dos zangados.
E nesse clima meio motivacional e nostálgico eu comecei a lembrar vários sonhos que eu já tive. Quando eu era criança, por exemplo, eu queria ter um castelo. Mas é claro, você achou que uma criança iria querer o que? Ser bem sucedida? Enfim, eu estava realmente focada em ter um castelo. Afinal eu já era uma princesa, de acordo com a minha avó. Então eu fiz o meu próprio castelo, usando lençóis e a cama emprestada da minha irmã, porque eu precisava da parte debaixo do beliche pra atingir a minha meta. Então, como vocês podem perceber, desde muito cedo ficou claro que não importa qual seja o meu objetivo, depende somente de mim.
As vezes eu penso que ser sonhadora é um defeito. Ou que eu deixei passar o que minha mãe me ensinou. Ou foi algo que eu perdi na aula quando faltei porque estava doente e por isso sou assim. Com certeza eu fiz errado optando seguir o lado contrário, não? Eu nunca me contentei com o mínimo, com o igual ou com o padrão – muito menos com o esperado. Eu sempre quis mais e sabia que não era seguindo o previsível que eu iria conseguir. O que posso fazer, se sou uma máquina de sonhos? As vezes eu até sinto que preciso tomar jeito. Ser mais pé no chão, como dizem. Ou não. Deixa como está, me deixa sem jeito mesmo – sonhando mundo afora.
E por falar em mundo, dia desses depois do trabalho, sentada na varanda olhando o céu rosa aqui da Austrália e tomando um vinho ao lado do meu marido eu pensei: “caramba, como eu fui parar aqui?”. Com certeza eu fui motivada pelos meus sonhos: seja de segurança ou qualidade de vida ou até o sonho de conhecer outra cultura. E com esse pensamento eu tive uma certeza: não faço a mínima ideia de onde os meus sonhos vão me levar. O único que sei é que não importa para onde seja, eu quero ir.
Então sim, eu concordo com a Bel Pesce. Sejamos nós os responsáveis pelos nossos sonhos. Sejamos nós quem corre atrás das nossas próprias realizações. Mas acima de tudo, sejamos nós a máquina de sonhos responsável por nos motivar a seguir sempre em frente. Até porque sonhar não tem limite, da mesma forma que nós também não deveríamos ter. (Assista ao vídeo da Bel Pesce aqui.)