Eu sempre considerei os meus sonhos como motivação para encarar os dias. Sabe como é, uns sonham em ser astronautas ou médicos, eu sonhava em ser jornalista e escrever histórias com diferentes pontos de vista. Sonhava com o dia em que as pessoas iriam ler um texto meu e diriam: “nossa, nunca tinha pensado nisso antes.”

Desde criança eu pensei nisso. É claro que agora a minha vida não tem nada com o que imaginei antes. Eu nunca me imaginaria morando fora, trabalhando em outra área e apaixonada por cachorros. Nunca pensei que a minha paixão por escrever seria passatempo e que eu não pagaria as contas. Eu nunca sonhei a vida que levo agora e, ainda assim, parece o meu maior sonho. Nunca imaginei até onde as minhas escolhas me levariam e aqui estou eu.

E tudo isso me faz acreditar que os sonhos não são aleatórios. Nada é mais renovável do que os nossos desejos. Tempos atrás o meu maior sonho era terminar a minha pós graduação e construir a minha carreira. Acontece que eu larguei tudo na metade porque um sonho mais atrativo apareceu. Depois, quando eu achei que já estava estabilizada de novo, resolvi que ainda não era suficiente e voltei a investir em mim.

Fonte: We Heart It

É que investir em mim mesma virou rotina, como um ciclo vicioso que me obriga a fazer sempre a mesma coisa. Cada dia que acordo e saio de casa pra enfrentar o mundo é um investimento que faço por mim. A maior parte dos meus sonhos eu já realizei, mas acordo todos os dias querendo algo novo ou, pelo menos, querendo fazer melhor. Sempre tive aquele apego quase físico com os meus sonhos e, sem perceber, eles me guiaram até aqui.

E é por isso que eu sonho por mim. Eu sempre tive pavor de acordar para seguir a rotina básica da vida humana: fazer dinheiro para pagar as contas e recomeçar o dia. Um dos meus sonhos me dizia que a vida era muito mais do que isso e que eu merecia muito mais do que uma vida mercenária e capitalista. Um dos meus sonhos me dizia pra me colocar em primeiro lugar e realmente viver e sentir qualquer coisa que eu tivesse vontade.

Eu nunca achei que um dia eu ia ter um estalo e perceber qual é o meu propósito e o que estou fazendo solta do lado de cá do mundo. Sempre tratei os meus sonhos como motivação para seguir em frente. Não é tão importante assim saber o motivo da minha existência ou o que eu deveria fazer com a minha vida – de um jeito ou de outro a vida segue. Mas é de extrema importância eu me sentir realizada. E é por isso que eu só me permito seguir em frente se for sonhando.