Eu queria parar de me sabotar, repensar tudo o que faço e reviver mentalmente diálogos e cenas passadas. Assim eu paro de estragar memórias boas e de me viciar em tentativas inúteis por controle absoluto dos detalhes da vida. Eu queria parar a minha mente de me jogar em conclusões precipitadas e de me convencer a todo momento que tem alguma coisa errada.
É que nem sempre eu ganho da minha mente. Às vezes a minha bagunça mental vence e me distrai com uma tonelada de confusão e eu não faço ideia do que fazer. Volta e meia eu fico paralisada, sufocando por dentro e sem saber pra onde seguir. E assim eu me tranco num silêncio que grita por socorro e que me faz sentir mais do que deveria. Como faz parar?
Eu queria parar o meu coração de sentir tanto, ser tão impulsivo e acreditar na melhor versão de todo mundo. Assim eu paro de me machucar por tão pouco. Eu queria poder controlar melhor o descompasso das batidas do meu coração que me deixa em dúvida entre querer amor, acreditar ou viver em paz. Pelo visto eu não vou conseguir tudo, e tudo bem.
É que nem sempre o meu coração está certo. Às vezes ele me joga uma tonelada de sentimentos e faz a minha razão desistir. Eu sigo batalhando pra me fazer consciente do que sinto e agir de acordo. Será que é possível ou tenho que escolher entre sentir e pensar? De um jeito ou de outro eu sinto muito. E aí, faz o que?
Eu queria parar de me sabotar. Às vezes parece que caminho nenhum é certo, não existem respostas a serem encontradas e que eu não deveria nem tentar. E assim, quando me afasto de mim mesma, deixo a inércia decidir por mim. O que mais posso fazer quando me sinto vagando pelo limbo da bagunça que criei? É que me sabotar também é parar.