Eu tô mais pra meio amor hoje em dia. Depois de entregar o melhor de mim, toda a minha verdade e um pedaço da alma, eu ando fazendo as pazes com isso de meio amor. Parece mais acessível, fácil e real. E já que a minha verdade não foi suficiente antes, melhor reajustar a estratégia daqui pra frente, não?
Pra mim meio amor significa entrega pela metade, meio esforço, meio que tudo bem ou tanto faz. Tenta entender vai, meio amor é diferente de quase amor – o quase nunca chegou a acontecer. Agora amor pela metade é real, está lá contigo de uma forma morna e confortável, sem nunca te desafiar.
Eu tô mais pra meio amor hoje em dia. É que tem um limite até onde eu consigo me magoar pra alcançar expectativas inúteis. Começo a achar aceitável essa forma leve de seguir pela rotina batida dos dias, sem me doar tanto, desviando do que incomoda ou faz falta e sem reparar mais no outro do que em mim mesma.
Não que eu não mereça amor por inteiro, mas não ando querendo dispor de tanta energia pelo incerto. Tenta entender vai, existe vida além do amor, sabe? É que esse meio amor carrega o sim ou não, tudo ou nada, agora ou nunca, e só depende de mim medir e dosar o quanto eu preciso. E isso anda sendo suficiente.
Eu tô mais pra meio amor hoje em dia. É que a gente acaba pensando em amor como uma desculpa cômoda pra escolhas egoístas que não nos levam a lugar algum e acabamos nos sabotando por esperar demais. Como se fosse preciso sacrifício ou vender a nossa alma pra nos sentirmos amados. E isso só não faz mais sentido.
Não me leva a mal, nada contra aqueles que fecham os olhos e pulam do precipício – eu só cansei de fazer isso. Talvez amor pela metade seja uma alternativa pra amar e se manter inteiro, em paz e sem aceitar mais ou menos do que devemos. É que meio amor é meio que tanto faz, está lá mas só se você quiser – e hoje em dia eu não quero não.