Ela era tempestade no meio da calmaria. E mesmo que seja clichê, não tem outro jeito de descrever como ela era. Tão intensa e consciente de si mesma. Sempre tentando controlar o tempo e entender como a mente funcionava. Tão apaixonada pela vida e pelos desafios que os dias traziam. Para ela tudo tinha significado. Ela não sabia parar.

Ela entrou na minha vida feito furacão. Derrubou mais do que paredes, quebrou muito dos meus princípios não tão bem definidos, reconstruiu outros quase prontos, dispensou o que era incerto. Fez mais por mim do que eu jamais pensaria em fazer. Não era preguiça, eu só não sabia que tinha mais me esperando. Eu não sabia continuar.

Eu era calmaria. Um cara normal que levava a vida como fui ensinado a levar. Eu não lia sobre astrologia e nem tentava entender como a mente funcionava. Eu enfrentava os meus dias de forma tranquila até me surpreender pelo caos que se instalou do meu lado numa manhã de domingo usando a minha camiseta.

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Uma tempestade como ela me fazia nunca mais querer um dia de sol. Mas sabe como é, o temporal sempre passa. E quando ela foi embora eu aprendi que nem sempre os amores se eternizam ou viram morada. Muitas vezes é só aprendizado e troca de energia. E ela foi a minha melhor lição de vida.

A tempestade dela me ensinou que o meu coração é grande. Ela sacudiu o meu mundo e me transformou em uma versão melhor do que eu jamais poderia ser. Toda chuva, raio e trovão que ela carregava em qualquer diálogo me mostrou o quão longe eu poderia ir. E, pela primeira vez, eu quis seguir em frente por mim.

Como posso explicar? A minha calmaria parou de ser assim tão interessante. Confesso que comecei a questionar mais e a criar um pouco de caso. O temporal que ela trazia dentro de si, toda a batalha dela contra o mundo, me ensinava que todos nós precisamos entender a profundidade de nós mesmos. E assim eu segui, agora a tempestade sou eu.