É que eu sinto a tua falta, poxa. Será que não é óbvio? Sinto falta das conversas inexistentes, dos teus olhos massageando a minha alma e de como você trata tudo de forma natural mesmo sabendo que eu te transformaria em paranoia no dia seguinte. Sinto falta do espaço que você me deu.

Não acho que você tenha motivo pra se arrepender, mesmo que eu guarde uma ou outra paranoia com o teu nome. Sabe como é, esse tal de nós dois tem tantas interpretações diferentes e inventadas que já nem sei o que fazer com tudo isso. Você sabe? Por acaso algum pensamento aleatório seu tem um pouco de mim?

É que meu ego não se arrepende, poxa. Não consigo querer ter feito diferente, já que tudo o que você me deu foi morada quando eu estava sem abrigo. E eu lá sabia que você ia ser o meu plano de fuga? Eu sei que foi ego e nada mais – juro. Mas isso não faz de nós dois um caso perdido. Se tem alguém que perdeu, fui eu.

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Não faz sentido transformar você em drama, mesmo que eu já tenha feito uma ou outra poesia sobre nós dois. É que tudo bem, sabe?! Aprendi tanto te fazendo de escape, deixando o controle de lado e te dando o melhor de mim quando nada estava bem, que não posso me dar ao luxo de te fazer arrependimento.

É que eu sinto a tua falta. Do quanto você me deu o que eu precisava quando nem eu sabia o que era. E eu sinto muito pelo que aconteceu. Do quanto abusei dos limites que estavam ali entre a gente. É que eu sinto mais do que devia, cê sabe. Do quanto te entreguei o que nunca deveria e fiz menos de você sem querer.

Mas acima de tudo, eu sinto falta do quanto eu me amei só pra você querer reparar em mim. Sabe como é, viciei nisso de me amar e fazer por mim que tento não te dar mais importância na correria dos dias. Não tem mais espaço pra você aqui, da mesma forma que não tem mais abraço pra mim por aí. Mas sim, eu sinto a tua falta.